terça-feira, 9 de julho de 2013

Não, Cristo não é o sobrenome de Jesus: descubra o que esse título significa

Por R.C. Sproul
Por todo o Novo Testamento, nós encontramos muitos títulos para Jesus de Nazaré—"Filho de Deus", "Filho do Homem", "Senhor", entre outros. No entanto, o título que é mais frequentemente dado a Jesus no Novo Testamento é aquele que nos é familiar, mas que nós não entendemos bem. É o título de "Cristo".

Por que eu digo que nós não entendemos bem esse título? Eu digo isso porque "Cristo" é utilizado tantas vezes em conjunto com o nome "Jesus", que temos a tendência de pensar que esse é o seu sobrenome. No entanto, "Cristo" não é um sobrenome para Jesus. Ele teria sido conhecido como "Jesus Bar-José", que significa "Jesus, filho de José". Ao invés disso, "Cristo" é o título supremo de Jesus. Mas o que isso significa?

O significado de Cristo é tirado do Antigo Testamento. Deus prometeu aos antigos israelitas que o Messias viria para libertá-los do pecado. A ideia do Messias é transportada para o Novo Testamento com o título de Cristo. A palavra grega Christos, de onde nós obtemos a palavra Cristo, em português, é a tradução do termo hebraico Mashiach, que é a fonte para a palavra Messias, em português. Mashiach, por sua vez, está relacionada com o verbo hebraico masach, que significa "ungir". Portanto, quando o Novo Testamento fala de Jesus Cristo, ele está dizendo "Jesus, o Messias", que significa literalmente "Jesus, o Ungido".

Nos tempos do Antigo Testamento, as pessoas eram ungidas quando chamadas para servirem como profeta, sacerdote ou rei. Por exemplo, quando Saul foi o primeiro rei de Israel, o profeta Samuel ungiu sua cabeça com óleo, de forma cerimonial (1 Samuel 10:1). Este rito religioso foi realizado para mostrar que o rei de Israel tinha sido escolhido e capacitado por Deus para o reinado. Da mesma forma, os sacerdotes (Êxodo 28:41) e profetas (1 Reis 19:16) foram ungidos segundo o mandamento de Deus. Em certo sentido, qualquer um no Antigo Testamento que tenha sido separado e consagrado para servir era um messias, por ter recebido uma unção.

Mas o povo de Israel ansiava por aquele indivíduo prometido que era para ser, não apenas um messias, mas o Messias, Aquele que seria separado e consagrado por Deus de forma suprema para ser o Profeta, Sacerdote e Rei do povo. Assim sendo, no momento em que Jesus nasceu, existia uma grande expectativa entre os judeus que haviam esperado pelo Messias durante séculos.

Surpreendentemente, quando Jesus começou o seu ministério público, poucos o reconheceram por quem ele era, apesar das muitas evidências de que ele possuía uma unção de Deus que ultrapassou em muito aquela que repousara sobre qualquer outro homem. Sabemos que houve uma grande confusão a seu respeito, mesmo depois dele haver ministrado por algum tempo. Em um ponto, Jesus perguntou aos seus discípulos: "Quem diz o povo ser o Filho do Homem?" (Mateus 16:13 b). Ele estava analisando a sua cultura, verificando os rumores sobre si mesmo. Em resposta à pergunta de Jesus, os discípulos enumeraram vários pontos de vista que estavam sendo apresentados: "Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas" (versículo 14). Jesus estava sendo identificado com todos os tipos de pessoas, mas nenhuma dessas especulações estava correta.

Em seguida, Jesus perguntou aos discípulos: "Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?" (versículo 15b). Pedro respondeu com o que é conhecido como a grande confissão, uma declaração de sua crença sobre a identidade de Jesus: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (versículo 16). Com essas palavras, Pedro declarou que Jesus era o Christos, o Mashiach, o Ungido.

Então Jesus disse algo interessante. Ele disse a Pedro que este era abençoado por ter aquela compreensão da identidade de Jesus. Por que ele disse isso? Jesus explicou: "porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus" (versículo 17). Pedro havia recebido uma revelação divina de que Jesus era o Messias, não era algo que ele havia discernido pela sua própria capacidade. Novamente, isso me deixa maravilhado, porque alguém poderia pensar que quase todo mundo que encontrou Jesus o tenha reconhecido imediatamente como o Messias. Afinal, não há falta de informação no Antigo Testamento sobre a vinda do Messias—onde ele nasceria, como ele se comportaria e que poder ele manifestaria— e todos podiam ver o que Jesus estava fazendo—ressuscitando pessoas dentre os mortos, curando todos os tipos de doenças e ensinando com grande autoridade. Mas, é claro, eles não o reconheceram. A unção de Jesus não era imediatamente aparente.

Muitas pessoas hoje em dia têm coisas positivas a dizer sobre Jesus como um modelo de virtude, um grande mestre e assim por diante, mas eles não chegam a dizer que ele é o Messias. Esta é a grande diferença entre cristãos e não cristãos. Só quem nasceu de novo pode confessar que Jesus é o Cristo. Você pode?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

De mosquitos e camelos




Por Cláudio Marra

De acordo com Jesus, os fariseus de seu tempo eram guias cegos que coavam o mosquito, mas engoliam o camelo (Mt 23.24). Ao fazer essa declaração Jesus estava repetindo o que acabara de afirmar sobre o cuidado deles com as coisas menores, enquanto se esqueciam das mais importantes. Davam o dízimo da menta, do endro e do cominho, verdadeiras pragas em qualquer horta, mas ignoravam a justiça, a misericórdia e a fidelidade, desse modo coando um mosquito enquanto engoliam o camelo.

Precisamos conferir as prioridades e valores em nossas escolhas e posições. Não será difícil ficar com um pé no farisaísmo. Ou com os dois pés.

Lembro-me de um irmão de outras terras que nos visitou no Brasil. Era dezembro e ele ficou muito chocado por ver que enfeitamos nossos ambientes com árvores de Natal. Para ele, com suas origens pagãs esse símbolo não deveria ser adotado entre nós. Sua adoção – definiu ele sem concessões – era pecaminosa. Para ele não se tratava de uma questão de gosto ou preferência. O homem ficou ofendido com essa sombra de paganismo entre os crentes brasileiros. Algum tempo depois, tive o privilégio de encontrar esse irmão em seu próprio país e de participar de um jantar oferecido por ele. Grande anfitrião, assim que terminou de orar agradecendo a refeição ele nos informou que seria servido vinho, mas os que preferissem poderiam pedir cerveja. Alguns disseram fervorosamente amém. Outros concordariam que bebidas alcoólicas não são para o crente uma questão de preferência, em qualquer dosagem que seja. Isso não é coisa para cristãos, insistem. É pecado. Esses assim “escandalizados” ficarão ofendidos com o mundanismo dos “beberrões” e alguns deles só deixarão de lamentar essa falta grave quando estiverem no domingo à tarde assistindo pela televisão um jogo de futebol de seu time, numa flagrante quebra do Dia do Senhor. Exatamente. Temos entre nós também os que se lembram do caráter sagrado desse dia e ficarão ofendidos com essa violação, insistindo então que ela não configura apenas um jeito diferente de ser crente. É pecado mesmo.

A lista de ofensas e de reações a elas poderia continuar, mas que ninguém suponha estar eu a zombar dessas e de outras sensibilidades. Comentando a passagem sobre os fortes e os fracos da Igreja de Roma, Hendriksen menciona o que “os dois grupos – os fortes e os fracos – tinham em comum: os membros de cada grupo devem ser considerados como crentes genuínos (Rm 14.1-4, 6, 10, 13), cada grupo criticava o outro (14.3-4, 13)”, mas “cada grupo terá de prestar ao Senhor contas de si mesmo (14.11)”. É evidente que minha citação dessa passagem fará os chamados fracos em qualquer dos pontos mencionados saltar e afirmar que estamos falando de problemas diferentes. Tipicamente, a escolha de cada um é – na opinião dessa mesma pessoa – a escolha que todos deveriam fazer.

Se vamos, porém, ser fiéis à Escritura, teremos de recordar que Jesus não descartou a minuciosa contabilidade dos fariseus. O que ele fez foi restabelecer a ordem das prioridades. Os fariseus davam o dízimo de tudo, mas não se empolgavam com “os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé”. Daí o veredito inclusivo do Mestre: “devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas” (Mt 23.23).

Séculos antes desse episódio, colocado diante de Deus em julgamento por sua rebeldia (Mq 6.1-2) o povo de Judá sugeriu que o próprio cumprimento das práticas cerimoniais parecia não estar satisfazendo as exigências divinas. Daí sua pergunta provocativa e insolente: “Com que me apresentarei ao Senhor e me inclinarei ante o Deus excelso?” (Mq 6.6). O que haveria de agradar um Deus tão exigente? O que ele quer, afinal? A resposta do Senhor dada pelo profeta ecoa ao longo dos séculos e chega até nós: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o Senhor pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus” (Mq 6.8).

Ao fim e ao cabo, mosquitos e camelos são ambos impuros. Jesus nos ensina o que é melhor para o povo de Deus.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Diz o insensato no seu coração: O ceticismo religioso e seus arautos



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Por - Alderi Souza de Matos

Há vários séculos a visão de mundo materialista e irreligiosa tem sido aceita de modo crescente como uma postura legítima ao lado de outras cosmovisões. Todavia, em anos recentes vem ocorrendo um desdobramento novo e preocupante: a afirmação cada vez mais insistente de que a perspectiva ateísta é a única defensável do ponto de vista científico e filosófico, e que, portanto, a religião, em qualquer de suas manifestações, deve ser banida para sempre e completamente do cenário humano. Hoje, cada vez mais a incredulidade religiosa é saudada como racional e esclarecida, ao passo que a fé é rotulada como retrógrada e obscurantista.

O impacto do Iluminismo

A atitude anti-religiosa não é nova na história da humanidade – e do Ocidente em particular. Ela vicejou em algumas correntes filosóficas da Grécia antiga, tais como os céticos (Pirro, Tímon, Arcesilau e Carnéades), descritos como os primeiros relativistas da filosofia, e os epicureus (Epicuro, Lucrécio), tidos como os primeiros humanistas liberais. Todavia, foi o Iluminismo do século 18 que lançou as bases para uma ampla aceitação da perspectiva materialista da vida no mundo moderno, ao fazer da razão e da experiência os árbitros da verdade, em detrimento da fé e da revelação. Os iluministas podiam até ser religiosos, como foi o caso de Descartes, Locke e Newton, mas as posturas racionalista e empirista prepararam o caminho para questionamentos cada vez mais ousados na esfera religiosa.

Foi curiosa a posição dos deístas, os iluministas que ainda queriam preservar um espaço para a religião. Sua solução foi postular um Deus absolutamente transcendente, que não tinha nenhum relacionamento com o mundo e a humanidade. Immanuel Kant (1724-1804), um dos filósofos mais brilhantes da modernidade, foi mais além. Ele colocou Deus e as realidades transcendentes na categoria dos “númenos”, ou seja, entidades que escapam à percepção sensorial e, portanto, não podem ser conhecidas em seu ser. Kant e os deístas tiveram em comum o fato de reduzirem a religião à ética. O único valor da religião seria auxiliar a moralidade. Certas doutrinas, como a existência de Deus, deviam ser consideradas verdadeiras porque são o fundamento da vida moral.

A ofensiva da incredulidade

O século 19 testemunhou o surgimento de filosofias explicitamente secularistas e anticristãs. Essa tendência havia começado com o filósofo empirista inglês Thomas Hobbes (†1679), considerado o primeiro materialista moderno, e se fortaleceu com David Hume (†1776), defensor da idéia de que não se pode ter certeza de nada (ceticismo). Na França, Voltaire e os enciclopedistas também de destacaram por seu questionamento da religião. Finalmente, o alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860) foi o primeiro grande filósofo ocidental a ser abertamente ateu e o seu compatriota Ludwig Feuerbach (1804-1872) descreveu a religião como uma projeção dos ideais, anseios e temores do ser humano.

Eles foram seguidos por três grandes pensadores anti-religiosos que se tornaram ícones da cultura contemporânea, exercendo poderosa influência desde o final do século 19: Karl  Marx (1818-1883), Friedrich Nietzsche (1844-1900) e Sigmund Freud (1856-1939). Outro enorme desafio à cosmovisão cristã foi a teoria da evolução das espécies, proposta pelo naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882), que propôs uma alternativa radical para a doutrina bíblica da criação. O impacto dessa mentalidade secularizante tem sido devastador em alguns países de formação cristã. Na Espanha, Alemanha e Inglaterra, menos da metade da população acredita em um Ser Supremo. Na França, os que crêem não chegam a 30%.

Popularização do ateísmo

De uns anos para cá, a mídia vem divulgando entusiasticamente o ideário secularista. Dessa maneira, conceitos que anteriormente se limitavam aos círculos acadêmicos e filosóficos, vão se tornando familiares ao público mais amplo. Isso ocorre principalmente através de periódicos de grande circulação, como é o caso, no Brasil, da conceituada revista Veja. Essa publicação, tão valiosa em diversos aspectos, tem articulistas, como André Petry, que freqüentemente se referem à religiosidade e à fé em Deus em termos depreciativos e irônicos. A religião é caracterizada como algo fantasioso e anticientífico, que mais prejudica do que beneficia o ser humano. Alguns argumentos favoritos são as guerras e a intolerância religiosas, os conflitos entre fé e ciência, e a resistência dos religiosos a determinados valores e comportamentos da cultura moderna (aborto, homossexualismo, pesquisas com embriões etc).

Outra maneira pela qual essa e outras publicações ajudam a difundir a mentalidade cética consiste no grande espaço dado a autores que pregam abertamente o ateísmo. Os exemplos mais conhecidos são o filósofo francês Michel Onfray (Tratado de ateologia), o biólogo inglês Richard Dawkins (Deus, um delírio), o jornalista inglês Christopher Hitchens (Deus não é grande) e o filósofo americano Sam Harris (Carta a uma nação cristã). As conhecidas “páginas amarelas” com freqüência apresentam entrevistas com alguns desses intelectuais, que defendem abertamente o fim da religião. Tais revistas também publicam regularmente matérias que mostram a aplicação da teoria evolutiva aos mais diferentes aspectos da vida pessoal e social. Um exemplo recente é a entrevista com o primatologista Frans de Waal, segundo o qual a moralidade, que muitos julgavam o último refúgio da religião, não tem origem religiosa e nem é exclusiva do ser humano (Veja, 22/08/2007).

Onde ficamos?

Essas considerações nos levam de volta à expressão do título deste artigo, extraída do Salmo 14.1. Hoje aqueles que negam a Deus não o fazem somente no seu íntimo, mas proclamam de modo explícito a sua incredulidade, buscando ativamente simpatizantes para a sua causa. Quais devem ser as respostas dos cristãos a esse desafio? Em primeiro lugar, eles não devem descartar tão rapidamente os ataques desses autores, mas exercer uma necessária autocrítica, reconhecendo que muitas de suas alegações contra os religiosos são legítimas. De fato, a história demonstra que muitas vezes os adeptos de diferentes religiões, inclusive o cristianismo, têm se portado de maneira presunçosa e intolerante. A religião com freqüência tem sido culpada de comportamentos negativos, como violência, discriminação e hipocrisia. Muita maldade tem sido cometida em nome de Deus e da fé, e isso não só entre os fundamentalistas islâmicos.

Em segundo lugar, o desafio desses críticos aponta para a necessidade de um criterioso trabalho apologético. Os cristãos não são obrigados a ficar numa atitude passiva, como se fossem cordeirinhos, achando que não têm como oferecer respostas convincentes aos inimigos da fé. O cristianismo e a crença em Deus são intelectualmente defensáveis, como já demonstraram muitos autores ao longo da história, desde os apologistas do 2º século, passando pelos escolásticos medievais (Anselmo de Cantuária e Tomás de Aquino, entre outros), até pensadores do século 20, como C. S. Lewis, Francis Schaeffer e Cornelius Van Til. Um exemplo atual na comunidade científica é o geneticista cristão Francis Collins (Veja, 24/01/2007).

Por último, essas manifestações de antipatia à religião são reveladoras do estado de ânimo do homem contemporâneo, com todas as angustiosas perplexidades do tempo presente. Existem questões para as quais simplesmente não há uma explicação naturalista, como a origem da vida. Outra área crucial em que a ciência e a filosofia têm falhado em dar respostas satisfatórias são as grandes questões existenciais, aquelas que dizem respeito ao sentido da vida e da pessoa humana. Por mais que os materialistas neguem, sua concepção do homem tende a trivializar a significado e a importância da vida, abrindo as portas para horríveis violações da dignidade humana. Esse estado de coisas oferece aos cristãos valiosas oportunidades de testemunho sobre a esperança que neles há.

Matérias de Veja sobre o assunto:

25-05-05 – Entrevista com Michel Onfray
24-01-07 – Entrevista com Francis Collins: “A ciência não exclui Deus”
07-02-07 – Okky de Souza: “Como a fé desempatou o jogo – os antepassados humanos que desenvolveram a capacidade de crer foram os únicos a sobreviver à Idade do Gelo. Isso explica porque a fé resiste mesmo quando a ciência prova que o sobrenatural nada mais é do que química e eletricidade”.
09-05-07 – Gabriela Carelli e Leoleli Camargo: “A revolução sem fim de Darwin” (Darwin como “herói da racionalidade”).
27-06-07 – Jerônimo Teixeira – “Queda de braço com Deus: os ateus fazem propaganda em livros que provocam os fiéis e afirmam que pode existir sentido em uma vida sem religião”.
22-08-07 – “A moral é animal” – entrevista com Frans de Waal
26-12-07 – André Petry: Religião: “Como a fé resiste à descrença”
26-12-07 – André Petry: “O conflito entre fé e ciência”
26-12-07 – Entrevista com Sam Harris: “A religião faz mal ao mundo. O filósofo Sam Harris, um dos ateus mais barulhentos dos EUA, diz que só com o fim da fé se poderá erguer uma civilização global”.

Fonte: Mackenzie

sábado, 1 de dezembro de 2012

Reforma e Santificação!



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Por Josemar Bessa

Num período que ficou mais em “moda” falar das Doutrinas da Graça, da Reforma... muitos esquecem o propósito pelo qual Deus escolheu e redimiu um povo. João Calvino não tinha a ilusão de que a Reforma tinha alcançado seu objetivo durante sua vida, ou que iria chegar lá em uma ou duas gerações. Ele escreveu:

"Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível." ( Ef 5, 25-27. ). No entanto, é verdade, que o Senhor está diariamente alisando suas rugas e limpando suas manchas. Daqui se segue que sua santidade ainda não é perfeita. E esse trabalho é e deve ser constante, nesta direção: Santidade.  Assim deve ser, a santidade da Igreja (e cada um de nós individualmente): faz progressos diários, mas ainda não é perfeita, avança diariamente, mas ainda não atingiu a meta, não podemos recuar".

Aqui está o ponto: a reforma só é verdadeira e válida na medida que alinhar as nossas crenças, nosso comportamento e nossa adoração com a Palavra de Deus de fato, a versão completa não abreviada do lema em latim é:  Ecclesia reformata et semper reformanda secundum verbum Dei  ("A Igreja Reformada e sempre sendo reformada  de acordo com a Palavra de Deus.").

A Palavra de Deus é a única norma verdadeira e temos um mandato divino de nos conformar (não ao mundo ou nossa geração), mas a Palavra e tão somente a ela. Santificação é a direção diária da vida regenerada: “Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.” - João 17:17. E este é o padrão supremo pelo qual seremos julgados.

Sucesso ou fracasso no ministério, portanto, não pode ser avaliado por estatísticas numéricas, números financeiros, pesquisas de popularidade, pesquisa de opinião pública, ou qualquer um dos outros fatores do mundo tipicamente associados com o "sucesso." O único triunfo real no ministério e alvo é ouvir Cristo dizer: "Bem feito." – “Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.” -  Mateus 25:21

A idéia de Doutrinas da Graça, ou da Reforma... em que a santificação não é o alvo diário, já que santidade de Deus e santificação nunca serão temas “relevantes” para o mundo e uma sociedade que “jaz no maligno”, é uma falsificação tanto das Doutrinas da Graça, quanto de tudo que possamos relacionar a Reforma.

Fonte: Site do autor

Cobertura Espiritual: É Bíblica?



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Por Fabian Ayroldi - 1º Sgt (R) - Exército Argentina


Nos últimos tempos tem-se levantado um novo ensinamento por líderes que querem manter seus seguidores atados a eles tal qual escravos atemorizados.
Esses pregadores ostentam grande glória e conhecimentos, e forçam os membros das suas congregações que continuem a lhes ser sujeitos, como se fossem a fonte de toda bênção.

Um pastor é um "servidor", não um "mestre" da igreja e, ao servir a Deus para o bem da Igreja, deve protegê-la e guiá-la espiritualmente a Deus e sua palavra, tal como o pastor conduz as ovelhas para pastagens frescas e água límpida (isto é, um tipo de doutrina).Um membro deve respeitar, ser obediente, e não causar problemas para o seu pastor, porque esse é um claro mandamento bíblico.

    "Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil." Hebreus 13:17.

Agora isso não significa que os membros não possam recusar, fazer objeção, e discernir se o que o pastor está pregando e fazendo é a coisa certa diante de Deus. Os pastores têm que prestar contas a Deus, não seus seguidores ou membros de sua congregação, mas de si próprios e do que fizeram. Cada pessoa terá de dar conta de si próprio e não outro qualquer.

    "... Cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus." Romanos 14:12.

Todos os cristãos são sacerdotes de Deus e são chamados a estarem preparados em todos os momentos através da palavra, para fazer um bom serviço.

    "E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém." Apocalipse 1:6.

    "E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra." Apocalipse 5:10.

Isto significa que todos são responsáveis pelo estudo bíblico e comparar os ensinamentos dos líderes com o que diz a Palavra. Um líder que obriga ou intimida seus membros de se manterem sob a sua assim chamada "cobertura" está agindo de forma sectária e os controlando tal qual um ditador. O cristão não está sob o controle de ninguém; ele é livre, tendo sido libertado por Deus.

    "Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão." Gálatas 5:1.

    "Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor." Gálatas 5:13.

É muito importante a adesão a um igreja local e prestar contas a alguém (um pastor, líder, professor, conselheiro etc.). Isto nos torna mais responsáveis por nossas ações e nos mantém na linha; mas isso não significa que a pessoa a quem prestamos conta e confiamos para direção espiritual seja infalível e soberano domínio sobre as nossas vidas, além de bons conselhos e disciplina dada de acordo com a Bíblia por razões legítimas.

A cobertura do crente vem de Deus, e a alegação de que um cristão sinta a necessidade de deixar certa filiação a alguma igreja não lhe deixa sobre qualquer "direito legal" de Satanás: isso é inteiramente falso. Na verdade, esta é a mesma tática utilizada por seitas como as Testemunhas de Jeová, por exemplo. A cobertura de um crente não depende da organização ou congregação a que ele pertence, ou a que o líder (Pastor) tem; ela vem de Deus. É Deus quem protege os fiéis e os guia em tudo.

    "E para que sejamos livres de homens dissolutos e maus; porque a fé não é de todos. Mas fiel é o Senhor, que vos confirmará, e guardará do maligno." 2 Tessalonicenses 3:2,3.

    "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós, que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo." 1 Pedro 1:3-5.

    "Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória, ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém". Jude 24, 25.

    "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca." 1 João 5:18.

A cobertura não é oferecida ou dada pelos homens aquela que te mantém longe do diabo e livre de seus ataques, mas é a cobertura do teu Deus, através do Espírito Santo, a que nos protege.

Amém.

Deus te abençoe.

Tradução: Cleber Olympio, sob permissão do autor e do Ministerio El Remanente Inc. Alabama, EUA.
Fonte: [ Militar Cristão ]

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